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sexta-feira, 12 de junho de 2015

Maputo, 12 Jun. (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, inaugurou hoje, em Maputo, o Museu dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM).

Um repositório que narra o dia-a-dia dos maquinistas, fogueiros, condutores, capatazes e assentadores de vias, revisores, mecânicos e serralheiros, conferentes de cargas, cobradores, operadores de máquinas, entre outros profissionais daquela empresa.



O Museu localiza-se na estacão dos CFM, na baixa da capital moçambicana. Exibe, entre outros itens, máquinas de costurar encerrados, escopros usados para cortar peças metálicas de pequena espessura, torno usado para trabalhar metais ferrosos e não ferrosos, limadora de peças metálicas ferrosas e não ferrosas, berbequim industrial usado na via para furar carris e travessas.

Nyusi, explicou a razão da inauguração do Museu, afirmando que os CFM não são apenas uma base logística para o escoamento de cargas e para o trânsito e mobilidade de pessoas e bens, mas também são constituem um património de valores no contexto da história dos moçambicanos.

‟Os CFM são uma verdadeira escola de cidadania e de patriotismo. A dimensão social desta empresa é extraordinária. A sua influência é imensa e ultrapassa as suas linhas e os seus pontos. Os CFM sempre foram, são e serão uma escola de operários e de engenheiros, onde sempre se cultivaram os nobres valores das profissões do saber fazer, uma escola do trabalho colectivo, disse.

Afirmou que muitos dos seus profissionais são detentores de um conhecimento empírico único, detendo um vasto campo de saberes que não se podem perder, pois, pela experiência e sabedoria que encerram, devem constituir uma escola para o futuro.

‟Nos caminhos-de-ferro, nos portos ninguém faz nada sozinho. Aqui consolida-se o sentido do conjunto, sublinhou o Presidente.

Para o mais alto magistrado da nação, a história dos CFM confunde-se com a “nossa história, como povo e como nação, pois, a primeira ligação ferroviária, entre a cidade de Lourenço Marques, hoje Maputo, e os Transval, na África do Sul, data de 1895.

Esta ligação deu corpo à vocação geoestratégica de Moçambique, tornando-o num país provedor de serviços. A mesa também decorre da sua extraordinária vantagem comparativa e competitiva na relação e na ligação dos países do hinterland ao mar, pois são os portos e as

linhas-férreas moçambicanos, que permitem que estes países tenham acesso ao trânsito de mercadorias, tanto de exportação como de importação, dinamizando, por conseguinte, as suas economias, nos seus processos sociais.

Explicou que foi através dos Caminhos-de-Ferro que, em 1930, surgiu a camionagem automóvel, entidade que desempenhou um papel decisivo na penetração ao interior, ligação rodoviária proveniente dos transportes em Moçambique.

Os Caminhos-de-Ferro estão ainda na origem da indústria da aviação civil, com a criação, em meados da década 30, do século passado, da Divisão da Exploração dos Transportes Aéreos (DETA) e que as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) são, hoje, um digno sucedâneo.

Por seu turno, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) dos CFM, Victor Gomes, disse que a iniciativa para a criação de um museu surge na década 60.

Na altura, foi criado o que se designou de gabinete da história dos Caminhos-de-Ferro e foram produzidos dois livros sobre a sua história.

Na década de 90, foi proposta uma avaliação daquilo que poderia ser considerado de espólio dos CFM, tendo-se iniciado uma inventariação primária.

“Já neste século, isso em 2001, consolidou-se o sonho e foi realizada uma primeira visita à chamada Linha de Gaza, na altura, com o intuito de verificar o que havia nas antigas oficinas gerais, antiga camionagem automóvel e se recuperarem os equipamentos, meios e materiais que havia”, explicou.

fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti
http://www.portaldogoverno.gov.mz/noticias/infraestur/junho-de-2015/pr-inaugura-museu-dos-cfm

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