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sábado, 23 de abril de 2016

Le French May mostra pintura de Borget em Macau e de Monet em Hong Kong

Uma exposição de grande escala dedicada a Auguste Borget é um dos destaques da edição de 2016 do Festival “Le French May”. O Museu de Arte de Macau vai reunir pela primeira vez, em território chinês, mais de 100 obras emprestadas por museus e coleccionadores privados do pintor que deu a conhecer a China aos ocidentais através do seu traço realista.


Cláudia Aranda

A exposição “Auguste Borget: Um Pintor na costa do Sul da China” vai reunir pela primeira vez no território mais de uma centena de trabalhos do artista francês, provenientes de colecções privadas e de museus franceses, britânicos, de Hong Kong e de Macau.

A mostra é um dos destaques da programação para Macau do Festival de Artes “Le French May”, que este ano se realiza entre 1 de Maio e 30 de Junho. O programa para Macau e Hong Kong foi apresentado ontem em conferência de imprensa.


A exposição está a ser preparada desde 2012, pelo Museu de Arte de Macau e pela representação local da Alliance Française. A ideia de realizar o evento partiu, no entanto, do presidente do Instituto Cultural, Guilherme Ung Vai Meng, que também é pintor e um grande admirador de Borget, explicou ao PONTO FINAL Éric Sautedé, vice-presidente do comité executivo da Alliance Française de Macau, entidade que co-organiza o evento.

“Temos alguns trabalhos de Borget no Museu de Arte de Macau e no Museu de Macau, desenhos, esboços, há uma pequena colecção no território e a ideia foi: temos esta colecção, Borget foi um pintor de grande relevo. Para França foi tão importante quanto George Chinnery foi para os britânicos, apesar de não ter estado tanto tempo em Macau como Chinnery, que passou mais de 30 anos na China. Borget esteve 10 meses, mas passou todo o seu tempo a pintar. Ele passou quatro anos a viajar pelo mundo, era realmente um pintor de viagem, e a sua estadia em Macau foi muito importante na forma como ele retratou o dia-a-dia”, explicou Éric Sautedé.

Borget, nascido em 1808 e falecido em 1877, chegou à costa do Sul da China em 1838, passou vários meses a viajar por Hong Kong, Cantão e Macau, permanecendo a maior parte do tempo no território. No regresso a França, em 1840, pintou o Templo de A-Ma numa obra conhecida como “View of the Great Chinese Temple”, apresentada no Salão de Paris e adquirida pelo rei francês, Louis-Philipe.

“Esta pintura enorme nunca foi aqui mostrada”, afirmou Sautedé, adicionando que as obras chegam de instituições como o Museu de Sèvres, o Museu de Châteauroux, os Arquivos Departamentais de l’Indre, o Museu de l’Hospice Saint-Roch d’Issoudun, o Museu de Bourges, a galeria Martyn Gregory em Londres e ainda de coleccionadores privados britânicos, de Hong Kong e de Macau. Esta mostra “vai ser definitivamente, em décadas, a maior exposição de Borget na China”, explicou Sautedé.

Numa época anterior à fotografia, Borget destacou-se como um artista capaz de recriar cenários de forma muito realista. Ao PONTO FINAL Guilherme Ung Vai Meng, explicou que “na Europa, Borget é talvez ainda maior do que Chinnery, ele pintou muitos esboços, os europeus conheceram Macau, Hong Kong, Cantão através do trabalho dele. Além de desenho fez reprodução de gravuras, aguarela e óleo. Sempre disse que Macau é especial, não é Hong Kong, não é Cantão, Macau, que é uma cidade que mistura de um lado o templo, do outro a igreja. Os desenhos dele podem mostrar essas imagens de Macau verdadeiro, antes da fotografia. Esta exposição pode mostrar Macau como era”, disse o presidente do IC, para quem o pintor quando desenha mostra mais mais emoção e sensibilidade do que é perceptível na fotografia.

O “Le French May”, organizado desde 1993, é um festival que promove a arte e cultura francesas em Macau e Hong Kong, oferecendo todos os anos mais de uma centena de eventos entre exposições, bailados, cinema, música e gastronomia. A programação em Macau vai inaugurar com um recital de Michel Dalberto, a 2 de Maio, no Clube Militar.

Macau vai também poder ver a escultura “A Pequena Bailarina de 14 Anos”, de Edgar Degas, uma das 74 peças de bronze que vão estar em exibição no MGM Art Space, a partir de 29 de Abril e até 20 de Novembro.

Destaque ainda para a exibição nos cinemas do Galaxy de oito produções francesas. O filme “April and the Extraordinary World” traz até ao território o realizador Christian Desmares e o director de arte Luciano Lepinay, a 11 de Maio.

Em Hong Kong, a programação é ainda mais rica e extensa. Além de inúmeros concertos, bailados e cinema, o destaque vai para a exposição de Claude Monet, o fundador do impressionismo francês, no Hong Kong Heritage Museum, a partir de 4 de Maio e até 11 de Julho.




Fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti


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