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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Artista amazonense exibirá curta-metragem em Museu Nacional




'Fogo no cerrado', de Jimmy Christian, foi gravado com um iPhone 4S aliado aos benefícios do Instagram, que que permite a produção de filmes de até 15 segundos com filtros.
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Manaus – "Um celular na mão e uma ideia na cabeça". É assim que o manauara Jimmy Christian redefine a clássica frase do cineasta Glauber Rocha. Radicado em Brasília há sete meses, o jornalista se prepara para exibir o curta-metragem 'Fogo no cerrado', juntamente com mais 200 artistas de todo o Brasil, no Museu Nacional.

O filme, porém, possui uma característica que o separa do restante: um iPhone 4S foi a única ferramenta utilizada nas gravações.

Segundo o cineasta, a vontade de produzir um filme superou todas as dificuldades impostas aos artistas contemporâneos.

"Sempre fui adepto à filosofia do Glauber Rocha, de se virar com o que você tem à disposição para executar uma ideia”, comentou. “Hoje em dia, com as tecnologias tão avançadas, toda pessoa com vontade de fazer uma peça audiovisual tem como chegar ao resultado final”.

'Fogo no Cerrado' conta a história de um fotógrafo que acompanhou uma guerra e, após o fim do conflito, tenta reconstruir a vida em uma nova cidade. Porém, a calmaria desejada é abalada por um recorrente delírio de um incêndio no cerrado. "O filme é totalmente pessoal e underground", avaliou o diretor.

A ferramenta utilizada nas filmagens foi um smartphone com câmera de 8 MP de capacidade. O artista disse que, para chegar à estética desejada para o produto final, a ajuda de um aplicativo foi necessária. A rede social Instagram, que permite a produção de filmes de até 15 segundos com filtros, resolveu o desafio de Christian.
"É difícil fazer filme no Brasil porque não temos recursos. Estou usando as novas tecnologias ao meu favor", contou.

Christian disse ainda que a equipe de produção de 'Fogo no Cerrado' contou com apenas três pessoas, além de um computador para a edição do material captado.

"Filmei cena por cena já que o aplicativo permite pouco tempo de filmagem. Montei a sequência final em uma ilha de edição porque precisamos adicionar alguns efeitos sonoros", revelou.

Após a exposição em Brasília, Christian informou que inscreverá o filme em concursos até o final do ano. "O formato quadrado e a fotografia em preto e branco são completamente intencionais. Elas dão uma perspectiva de que foi filmado com uma câmera de 16 mm, de antigamente. Acho que esse foi o diferencial do meu trabalho", destacou o artista.

A paixão pela arte e pela tecnologia tem conquistado sucesso para o manauara. No final do ano passado, ele foi premiado pela Prefeitura com a exposição ‘Plano Panorama Manaus’. O conjunto de obras contava com fotos panorâmicas dos cenários da capital amazonense feitas com um celular.

O artista voltará a Manaus em novembro com uma nova exposição fotográfica. Contemplada com o Programa de Apoio e Incentivo à Cultura (PAIC), a mostra ‘Amazônia: da terra, da água e do ar’ traz fotos tiradas de dentro dos três principais meios de transporte utilizados pelo no Amazonas, o carro, a voadeira e o avião.

"Passei anos viajando pela Amazônia, trabalhando como jornalista e repórter fotográfico. Para você se deslocar na região é preciso passar mais tempo nesses meios do que propriamente no local", lembrou.

Embora Christian tenha alcançado alguns dos objetivos, ele afirmou que sabe as dificuldades enfrentadas por artistas independentes. A chave para sair do comodismo, segundo ele, é ser ousado.

"Você tem que ser um pouco louco e correr atrás do que você tem em mente. É necessário deixar o dinheiro em segundo plano, isso será um resultado do seu trabalho. É pensar que sua obra vai causar um sentimento em uma pessoa", concluiu.

Link para o filme: https://www.youtube.com/watch?v=sprrAQcX6RI






fonte:
http://www.d24am.com/plus/cinema/artista-amazonense-exibira-curtametragem-em-museu-nacional/98437

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