A interatividade e as novas teorias de recepção Já em 1934, Walter Benjamin, em seu texto, A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica, coloca a necessidade de se levar em conta as transformações ocorridas em função das novas tecnologias, convidando a repensar o próprio conceito de natureza da arte. A partir da década de 50 (séc. XX), iniciam a se consolidar as mudanças ocorridas no campo das tecnologias e das artes, e, consequentemente, surge um questionamento acerca das formas dominantes de comunicação de massa.
Já em 1965, Umberto Eco, com sua “Teoria da obra aberta”, propõe que a obra de arte tem uma pluralidade de significados em um só significante.
Há uma mudança de foco da obra para a recepção no fim dos anos 60 do século passado e no início de 1970, com alguns teóricos da Escola de Konstanz que se debruçam sobre o campo da literatura e apontam ao fato de que, na leitura de um texto, o leitor o reconstrói a partir de diferentes interpretações, tornando-se, assim, coautor.
Hans Robert Jauss e Wolfgang Iser, discípulos de Hans-Georg Gadamer, aplicam os princípios hermenêuticos ou mesmo fenomenológicos à crítica literária, designando essa nova teoria de “Estética da Recepção”.
A Estética da Recepção surge na República Federal da Alemanha, em 1970, a partir do tripé: autor, obra e leitor. Essa teoria irá privilegiar o leitor, o elemento até então mais negligenciado pelas outras teorias. Segundo a Estética da Recepção, o texto convida o leitor a lhe dar um sentido; é o leitor quem concretiza a obra literária. Os elementos do texto dependem da interpretação do leitor, portanto, eles são abertos ao diálogo produtivo com ele. (SOUSA, 2008).
Segundo Plaza Gonzalez, “esta teoria sugere pontos de conexão com a problemática da interatividade, precisamente pela noção semiótica de interpretante ou significado”. (2003, p. 11). Ao acentuar o papel do leitor/público, a Estética da Recepção torna-se Teoria da Comunicação.
Segundo Lucrecia Ferrara, em seu livro A estratégia dos signos: linguagem/espaço/ ambiente urbano, a arte moderna incorpora ao seu mundo os avanços da tecnologia e, com isso, o receptor deixa de ser espectador da arte para ser um usuário da linguagem: “A arte passou a ser linguagem e essa é o uso da possibilidade de comunicação inerente ao homem.” (FERRARA, 1981, p. 44).
fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti
produção bibliográfica de Giselle Gubernikoff
Giselle Gubernikoff
Possui
o 1o. Ano de Jornalismo pela Fundação Armando Álvares Penteado (1971),
graduação em Artes/Cinema pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade
de São Paulo (1976), mestre em Artes/ Cinema pela Universidade de São Paulo
(1985), doutora em Artes/ Cinema pela Universidade de São Paulo (1992),
livre-docência em Ciências da Comunicação/ Publicidade pela Escola de
Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo(2000). Professora Titular
pela ECA USP em Artes Visuais/Multimídia e Intermídia na especialização
Fotografia, Cinema e Vídeo (2002). Atualmente é professora titular do
Departamento de Artes Visuais da Escola de Comunicações e Artes da Universidade
de São Paulo. Tem experiência na área de Audiovisual/ Cinema, com ênfase em
Produção, Roteiro e Direção Cinematográficos, atuando principalmente nos
seguintes temas: mídias digitais e novas tecnologias de comunicação, linguagem
cinematográfica, produção audiovisual, cinema publicitário, representação
feminina, cinema brasileiro, cinema e consciência cultural e museologia e
mídias digitais.
(Texto informado pelo autor)
(Texto informado pelo autor)
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