“Washing of gold ore near Itacolomi mountain”, Johann Moritz Rugendas
The image shows gold extraction in a mine. Around 30 slaves work on the farm under the watchful eye of 7 or 8 white overseers, a strict surveillance to prevent the slaves from stealing from the farm owner.
The mine is located in the mountainous region of Minas Gerais, close to the cities of Mariana and Ouro Preto.
The Itacolomi peak, 1,772 meters high, the highest point in the Serra do Espinhaço, was called “Farol dos Bandeirantes” because it served as a reference for ancient travelers.
The region is full of springs, rivers and waterfalls amid the dense vegetation of the Atlantic Forest. Gold is alluvial, found among the gravel, sand and clay that forms on the banks or at the mouths of rivers.
In Rugendas' image, two places where alluvial gold is explored can be seen: in the excavated channel, in the foreground, and in the area flooded by the waterfall, in the background on the left.
There is also a third point, on the side of the mountain, where a gallery was excavated to extract gold embedded in the rock.
Rugendas gives more details about the scene he painted: Long channels are dug to bring the water to the place you want to explore.
Gratings placed there retain the thicker stones, allowing sand and gravel or gravel to pass through with water.
These reservoirs, called mundées, are constantly disturbed so that the gold is purified and, when it settles at the bottom, the water that carries the gravel is emptied.
You can also collect gold, or rather gold sand, in ox hides or coarse woolen blankets on which the ore is deposited by the waters coming from the mountain. Sparkers enter the water up to their waists and collect river sand in a bucket. By stirring the pan on the surface of the water, the earth and gravel are released, leaving the heavier gold in the conical bottom of the pan. Other sparklers prefer to pile up river sand, running a little water over it to remove the lighter parts. The rest is taken to a flat pan; then the pile of sand is washed and stirred, making it pass over an ox hide; finally everything is placed back in a trough for a final wash. (RUGENDAS, 1972, p. 36-37).
Washing gold ore (detail), Rugendas in the foreground, on the left, a slave dips a large hide into the water of the reservoir. The leather will then be beaten – as seen on the right – to loosen the gold stones that have stuck to it. The gold extracted is heavy and if it is of good weight, the discovery is celebrated by the enslaved as they were rewarded with food, cachaça or new clothes.
Above this scene, a slave is punished by the master in the yellow coat – possibly for disobedience, rebellion, theft or even for being unproductive.
Nearby, there are two black women carrying carubés (a wooden vessel, similar to a pan, but smaller in size) on their heads.
Although fewer in number, black women miners were used in the exploration of gold and also diamonds. Female work in mining was common in Africa, especially in the Costa da Mina region, and they had a reputation for mastering the technique of gold exploration and even bringing luck. Other black and mixed-race women, whether enslaved or freed, circulated in the camps and hills with their trays full of sweets, fruits, cheese, tobacco, etc.
They were the so-called “board blacks” or “grocers” who sold their goods and received gold and diamonds, which allowed many of them to accumulate a certain fortune and acquire goods, including slaves.
Moving between different mines, camps and villages, these women formed a network of communication, solidarity and even intrigue, becoming powerful cultural mediators in the region.
image
“Washing of gold ore near the Itacolomi mountain” watercolor on paper, 30 x 26 cm, 1835.
source: https://encurtador.com.br/jpUW9
edisonmariotti @edisonblog
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“Lavagem de minério de ouro próximo ao Morro do Itacolomi”, Johann Moritz Rugendas,
A imagem mostra a extração de ouro em uma mina. Cerca de 30 escravos trabalham na fazenda sob o olhar atento de 7 ou 8 feitores brancos, uma vigilância rigorosa para evitar que os escravos roubem do dono da fazenda.
A mina está localizada na região serrana de Minas Gerais, próxima às cidades de Mariana e Ouro Preto.
O pico do Itacolomi, com 1.772 metros de altitude, ponto mais alto da Serra do Espinhaço, era chamado de “Farol dos Bandeirantes” porque servia de referência para viajantes antigos.
A região é repleta de nascentes, rios e cachoeiras em meio à densa vegetação da Mata Atlântica. O ouro é aluvial, encontrado entre o cascalho, a areia e a argila que se forma nas margens ou na foz dos rios.
Na imagem de Rugendas podem ser observados dois locais de exploração do ouro aluvial: no canal escavado, em primeiro plano, e na área inundada pela cachoeira, ao fundo, à esquerda.
Há também um terceiro ponto, na encosta da montanha, onde foi escavada uma galeria para extrair ouro incrustado na rocha.
Rugendas dá mais detalhes sobre a cena que pintou: Longos canais são cavados para levar a água até o local que se deseja explorar.
As grades ali colocadas retêm as pedras mais grossas, permitindo a passagem de areia e cascalho ou cascalho com água.
Esses reservatórios, chamados de mundées, são constantemente perturbados para que o ouro seja purificado e, ao assentar no fundo, a água que carrega o cascalho seja esvaziada.
Também se pode coletar ouro, ou melhor, areia dourada, em peles de boi ou mantas de lã grossa sobre as quais o minério é depositado pelas águas que vêm da montanha. As faíscas entram na água até a cintura e coletam a areia do rio em um balde. Ao mexer a panela na superfície da água, a terra e o cascalho são liberados, deixando o ouro mais pesado no fundo cônico da panela. Outros faíscas preferem amontoar areia de rio, passando um pouco de água sobre ela para retirar as partes mais leves. O restante é levado para uma panela plana; depois o monte de areia é lavado e mexido, fazendo-o passar sobre um couro de boi; finalmente tudo é colocado de volta em uma gamela para uma lavagem final. (RUGENDAS, 1972, p. 36-37).
Lavando minério de ouro (detalhe), Rugendas em primeiro plano, à esquerda, um escravo mergulha um grande couro na água do reservatório. O couro será então batido – como pode ser visto à direita – para soltar as pedras de ouro que ficaram grudadas nele. O ouro extraído é pesado e se tiver bom peso, a descoberta é comemorada pelos escravizados ao serem recompensados com comida, cachaça ou roupas novas.
Acima desta cena, um escravo é punido pelo senhor de casaca amarela – possivelmente por desobediência, rebelião, roubo ou mesmo por ser improdutivo.
Perto dali, há duas mulheres negras carregando carubés (vaso de madeira, semelhante a uma panela, mas de tamanho menor) na cabeça.
Embora em menor número, as mineradoras negras eram utilizadas na exploração de ouro e também de diamantes. O trabalho feminino na mineração era comum na África, principalmente na região da Costa da Mina, e elas tinham fama de dominar a técnica de exploração do ouro e até de trazer sorte. Outras mulheres negras e pardas, escravizadas ou libertas, circulavam pelos acampamentos e morros com suas bandejas cheias de doces, frutas, queijos, fumo, etc.
Eram os chamados “negros de tábua” ou “mercearias” que vendiam suas mercadorias e recebiam ouro e diamantes, o que permitia a muitos deles acumular certa fortuna e adquirir bens, inclusive escravos.
Movendo-se entre diferentes minas, acampamentos e aldeias, estas mulheres formaram uma rede de comunicação, solidariedade e até intriga, tornando-se poderosas mediadoras culturais na região.
imagem
“Lavagem de minério de ouro próximo ao morro do Itacolomi” aquarela sobre papel, 30 x 26 cm, 1835.
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